14 janeiro 2021

Nos dias atuais, não é uma novidade a importância da maturidade de processos tecnológicos e pessoas para a gestão corporativa. Pelo contrário, desde o surgimento dos primeiros sistemas de gestão integrada na longínqua década de 80 e com os conceitos do BPM (Business Process Management), já nos mais recentes anos 2000, reitera-se a necessidade de processos e boas ferramentas de software para o crescimento e, em muitos casos, a manutenção competitiva de praticamente todos os setores empresariais.

Somando-se a isso, cabe também pontuar a importância da infraestrutura de comunicação tecnológica – conectividade, qualidade e segurança – que permita a mínima aderência desse esqueleto de pessoas, tecnologia e processos. Provavelmente a relevância de ter todo este aparato tecnológico consistente e maduro jamais tenha sido tão percebida como na recente e urgente necessidade de rápida adaptação do homeoffice, decorrente do isolamento social imposto pela calamidade do COVID-19. Uso-me de mais um clichê corporativo, mas tão real e verdadeiro, da mudança empresarial e modelos de negócio que teremos após esta experiência o “Novo Normal”.

Em tempos como esse, sendo ou não uma empresa desenvolvedora de tecnologia, é imprescindível ter criatividade, vontade e disposição não só para implementar soluções digitais prontas, quanto para desenvolver ferramentas próprias customizadas para o setor e necessidades específicas. Citando a minha recente experiência em empresa de serviços de consultoria financeira especializada, posso destacar o quanto a implementação e desenvolvimento de sistemas personalizados, tais como ERPs, intranet, CRM, BI ou plataformas de serviço para atendimento front office, entre outros, tem auxiliado para que 100% de nossa equipe pudesse trabalhar em casa durante a pandemia, com total disponibilidade aos servidores de dados, às ferramentas de software e aos aplicativos de comunicação, sem causar nenhum prejuízo aos nossos parceiros e, sobretudo, sem perder a qualidade de atuação e segurança de toda a informação tratada. Conseguindo assim algo tão importante como atingir o prazo para a submissão dos mais de 1.100 projetos de P&D de todos os nossos parceiros para uso do incentivo da Lei do Bem (dia 30 de novembro de 2020), entre outros.

Assim, observando os impactos radicais que o processo de transformação digital tem até em uma consultoria financeira especializada, é possível imaginar o quanto mais relevante pode ser para outros muitos perfís de entidades, públicas ou privadas, que têm maior dependência da tecnologia ou complexiadade em seus processos. Consequentemente, póde-se concluir que, independentemente dos novos padrões de comportamento sócio profissional, a experiência que o mundo atual vive demonstra a cada dia a importância da transformação digital em qualquer âmbito ou setor de atuação. É por tal motivo que tanto a União Europeia quanto a Fundação Iberoamericana Empresarial e a Fundação Euroamérica definiram a digitalização como um dos três pilares estratégicos no plano de combate ao COVID-19 dos próximos anos.

Espera-se, portanto, que qualquer tipo de entidade, tanto pública quanto privada, esteja alerta e invista neste campo no curto e médio prazo, de modo a estar preparada tanto para o presente quanto para o futuro. Neste cenário, torna-se imperativo que os organismos governamentais considerem esta questão, que está sendo priorizada mundialmente, e criem um entorno e políticas que fomentem as empresas a aderirem às tecnologias necessárias para inovarem e entrarem para a transformação digital.

Rafael Costa, Diretor de Negócios do FI Group

Divulgado em: Estadão