6 junho 2022

O anseio por aumentar a competitividade do Brasil perante países desenvolvidos e emergentes torna-se cada vez mais claro. Neste sentido, políticas públicas voltadas ao fomento à inovação tecnológica e fortalecimento das companhias brasileiras têm ganhado destaque nos últimos anos. Entretanto, para que isso se concretize, é necessário assertividade e efetividade nos investimentos realizados, uma vez que o Brasil ocupa apenas a 57ª colocação, entre os 132 países listados no Índice Global de Inovação (IGI) 2021.

Diante disto, a busca por mecanismos que auxiliem o crescimento inovador a partir de políticas públicas não é um movimento exclusivo do Brasil. De acordo com levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), atualmente, mais de 46 países já adotam este tipo de iniciativa, como EUA, Austrália, China, Coréia, Reino Unido, México, Canadá e Nova Zelândia, além de praticamente todos os membros da União Europeia.

O financiamento à inovação, no entanto, conta com um viés de incertezas. Isto porque, embora exista um domínio razoável sobre o objetivo da empresa, em termos tecnológicos, não há certezas com relação a ele, principalmente, por não se tratar de uma replicação de capacidade produtiva. Além disso, a depender do porte, do setor de atuação e do tipo de investimento idealizado, é possível que a empresa avalie a utilização de um apoio distinto para sua necessidade.

Linhas de crédito como oportunidade de fomento à inovação

No Brasil, existem incentivos e financiamentos públicos que visam amparar as empresas oferecendo recursos que ampliem a possibilidade de sucesso no desenvolvimento de iniciativas inovadoras nas mais diversas esferas. Desde aquisição de equipamentos (nacionais ou importados) que modernizem a produção ou viabilizem o aumento da eficiência hídrica ou energética, treinamentos de equipes, bem como contratação ou aquisição de softwares, levando em consideração todos os segmentos da economia, como agro, comunicação e indústria, por exemplo.

Diante deste contexto, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), oferece incentivos e oportunidades que contribuem para fomentar a inovação tecnológica nas empresas, alterando sua forma de atuação em relação as adversidades, por meio de linhas de crédito direto ou descentralizado.

Estas oportunidades abrangem empresas em diversos níveis de maturidade e podem ser obtidos por companhias com processos avançados, como as que idealizam a automatização de uma linha a partir da compra de equipamentos já existentes, modernizando e inovando seus processos, ou por aquelas que vão desenvolver seu próprio equipamento, seja de forma autônoma ou em parceria com outras instituições, como as universidades.

Neste sentido, além da promoção de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), existem também incentivos a empreendedores que possuem ideias de produtos e soluções, mas não possuem recursos para torná-las reais. Dentro deste contexto, uma das iniciativas mais conhecidas, promovida pelo MCTI em parceria com a FINEP, é o Programa Centelha, que oferece capacitação, recursos financeiros e outros tipos de suporte, a fim de impulsionar a transformação de ideias em negócios de sucesso, a partir de recursos a fundo perdido.

Portanto, fica nítida a necessidade de investir em inovação para potencializar a economia brasileira, mas isso deve ser feito com assertividade, partindo de uma linha de crédito que ofereça condições confortáveis ou de incentivos que sejam adequados à realidade e aos objetivos da empresa.

Por Jackeline Bozza, Coordenadora de Serviços do FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).